A poeira da estrada entristece
Cá estou outra vez
Na alma a insensatez
Defronte a terrível roda do destino
Mais uma prece
A triste lembrança do menino
Que olhava o tempo
Falta algo
Mal dá pra saber o quê
O que fiz
O que faço
O que farei
Reconstruir a imensa catedral
E jamais preencher o seu vazio
J. Butija
Pensava poder construir castelos
Enfeitados com as mais belas flores
Com pilastras a prova de dores
Alicerces profundos e singelos
Sem ter que arriscar romper com os elos
Que mudam a alegria dos verdores
Fazendo a vida repleta de cores
perder a tinta, manchar o que é belo
Sem ter que deixar-te e enfrentar a mim
Ir até o fim pelo que plantei
Amar e amando a busca infinda
Pelos destroços encontrar-te-ei
Por sobrevivente serás ainda
A flor solitária do meu jardim
Júnior Butija