quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Apócrifo



A poeira da estrada entristece
Cá estou outra vez
Na alma a insensatez
Defronte a terrível roda do destino

Mais uma prece
A triste lembrança do menino
Que olhava o tempo


Falta algo
Mal dá pra saber o quê
O que fiz
O que faço
O que farei

Reconstruir a imensa catedral
E jamais preencher o seu vazio
J. Butija

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Soneto da eterna juventude

Pensava poder construir castelos
Enfeitados com as mais belas flores
Com pilastras a prova de dores
Alicerces profundos e singelos

Sem ter que arriscar romper com os elos
Que mudam a alegria dos verdores
Fazendo a vida repleta de cores
perder a tinta, manchar o que é belo

Sem ter que deixar-te e enfrentar a mim
Ir até o fim pelo que plantei
Amar e amando a busca infinda

Pelos destroços encontrar-te-ei
Por sobrevivente serás ainda
A flor solitária do meu jardim

Júnior Butija